Mais um tirano morto...

























O ás de espadas juntou-se a Pinochet.

O último não pagou pelos crimes, o primeiro não pagou por todos os que cometeu.

Pinochet teve todo o apoio americano, como se sabe, Saddam Hussein é, só, mais um triste exemplo da política americana. Em comum, o facto de serem ditadores cruéis, criados pelos demiurgos do Pentágono, com a benção de Washington.

Estranho (ou talvez não) que os paladinos da democracia se envolvam com este tipo de escroques...

Saddam foi «inventado» pelos americanos que o ajudaram e a quem foi concedido todo o apoio e garantias (excepto a que reservaram para si - a impunidade perante o TPI) para que cometesse todos os crimes hediondos por que acabou de ser acusado e condenado.

Saddam sacrificou, pelos interesses americanos, contra os ayatolah iranianos centenas de milhares de jovens e, para conter revoltas contra a impopularidade da guerra, com o silêncio (na altura) do amigo americano gaseou curdos e cometeu atrocidades como as de Dujail.

Para o «desinventarem» necessitaram do monstruoso embuste das Armas de Destruição em Massa, de acenarem com o seu amancebamento com Bin Laden e, por fim, brindaram-no com um julgamento que a maioria dos peritos afirma não ter sido justo.

Para variar, terão neste processo criado mais um mártir ao invés de deixarem uma «carta que já estava fora do baralho» apodrecer na cadeia.

A morte de Saddam não resolve nada e pode criar condições para que a situação piore.

A nossa condição de ocidentais e de portadores, orgulhosos, de valores civilizacionais que valorizam e salvaguardam o valor da vida humana obrigam-nos a que não nos não calemos perante esta execução.

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