Ofício
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
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Começo o Poema:
O coração é uma seta apontada ao centro do poema.
Não, não está bem;
risco ou rasgo o papel.
Recomeço o Poema:
O Homem é uma espada a fender em dois o Amor.
Não, não gosto;
apago de novo.
Ou então:
o Amor é uma chama árdua a arder em breve pira.
Pior prosa;
quebre-se a lira.
Recomeçarei:
No primeiro Apollo vou à Lua
e cantarei.
C. T. Chão Bom, 22.7.69
António Jacinto
(in «Sobreviver em Tarrafal de Santiago»,
Edições Chá de Caxinde, 2000)