(o rabo do gato desenha)
sábado, junho 16, 2007
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaUg05C36VvrxUPcGiQRD8YWhQgO0hx57q2SXDLMdp0w9khqv790Y7z75mOA6z2K9otxmfsSsuM7dhzB98oxIafpvs5AngvBhsyLX4oKscu96rBTZYnU_avuYhkacSp5Llf4YlDw/s320/gatoenovelo3.bmp)
o rabo do gato desenha
letras árabes no mosaico da sala.
arranha o tapete de arraiolos,
rasga o jornal de letras
e um verso escapa-se pela janela entreaberta
uma pétala de violeta
é o tempo das violetas
fugiu para a janela da vizinha
um andar abaixo.
talvez atraída pelo cisne de camille saint säens
no carnival des animaux
o gato enfurece-se com o silvo do vento
e quase me estraga o poema.
vale o método tradicional
um novelo de linha encanta o gato.
alguém pousa os lábios nos meus olhos.
José Félix
in “Geografia da Árvore (a reinvenção da memória)”
Abril, 2002