Na geometria das tuas nádegas

















Na geometria das tuas nádegas
minhas unhas aprendem o ritmo
da arquitectura natural da curva.
Deslizo nelas meu júbilo.
Quem inventou a magia desse lado?
E a quem cabe extinguir as nádegas
se nelas há a geometria do mundo
o homem busca os tons da parábola
e a mulher não ignora esse destino?

De nádegas o que o homem aprende
é estar nelas onde elas sabem
jungi-lo no que são:
amuleto nos olhos
liturgia das mãos
ou estar-lhes em cima.



José Craveirinha
In “Poemas Eróticos”