O Acaso da Vida


















Quem sou?... onde estou?...
Não serei, por acaso, mais um dos acidentes
da vida que por desatenção às
coisas lhe foi retirada a alma?
Ou não serei aquela tocha que por falta
de combustível apagou-se?
Não serei ainda, uma lágrima caída
do rosto de alguém que procura
recanto em braços de outrem?
Não serei... não serei, aquela
a quem, teu coração procura,
a quem tua alma almeja,
teus braços desejam e
cujo nome tua boca pronuncia?

Então quem sou...?
Se na calada da noite meu grito não ouço,
Na penumbra minha sombra não vejo
Nem na clareza do dia meu corpo não sinto.

Procuro, procuro, não ouço nem o bater
Do meu coração. Meu Deus...!
Que faço eu aqui, onde nada faz sentido?




Leila dos Anjos