Beijo sem Nome






















Quando te disse que era da terra selvagem do vento azul e das praias morenas...
Do arco-íris das mil cores, do sol com fruta madura e das madrugadas serenas...
Das cubatas e musseques, das palmeiras com dendém,
das picadas com poeira, da mandioca e fuba também...
Das mangas e fruta pinha, do vermelho do café,
dos maboques e tamarindos, dos cocos, do ai u'é...
Das praças no chão estendidas com missangas de mil cores,
os panos do Congo e os kimonos, os aromas, os odores...
Dos chinelos no chão quente, do andar descontraído,
da cerveja ao fim da tarde, com o sol adormecido...
Dos merengues e do batuque, dos muxiques e dos mupungos,
dos embondeiros e das gajajas, da macanha e dos maiungos...
Da cana doce e do mamão, da papaia e do cajú...

Tu sorriste e sussurraste...
- Sou da mesma terra que tu!




Ana Paula Lavado


Trancrito, com a devida vénia, do magnífico "Shelling Memories"