Meditemos





"(...) Quando morreu a consciência do povo, falou-se em autoridade do governo e lealdade dos cidadãos."


Lao-tsé



Não morreu...ainda.

Todos os dias
seja como fôr
o veneno que a ilude é inoculado,
misturando e confundindo realidades.

Ventos do deserto
transportarão gritos...
mil vezes aumentados.
Imagens irreais.

Uns dirão que o vento empurra
el-rey Dom Sebastião
e que a voziaria outra coisa não é
que a alegria da libertação.

Outros oráculos predirão
serem de sofrimento os gritos... que mais não são que o vento,
de redenção e de futuro as imagens... que outra coisa não são que miragens.

Miragens e uivos do vento,
eis tudo o que nos é oferecido.

No dia em que o povo
aceite a morte da sua consciência,
abraçará bovinamente
a dádiva dos falsos salvadores,
dos monstros lamacentos,
que se pretendem fazer passar
por gloriosas fénix renascidas,
cândidas e impolutas virgens.

Não há vento que sempre dure,
nem miragem que não acabe.

Nenhum povo deixará que lhe matem a consciência.

Aquele que o fez, arrependeu-se!



Cacusso