Serenata
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMBYhgxxj4KvegNUMSPWQ1KTljhgbID0-nOHA19wx311IgtMPj6szqvxtWhC-YcIIA7oAT-YAD2_RRWn_UIDIFWJQ3cSAnGOhcrQpKAZVxfNaBCZHkdXlu_Zy5Eik1HE1fLjGplQ/s320/kissange.jpg)
Caem à noite pedras
sobre o templo
do silêncio
de espaço
um ruído de automóvel
um toque de sinos de uma igreja
monotonia diurna que não quebra
a queda das pedras
no silêncio
De dia o templo é
noite
e à noite há o silêncio
o esgaravatar de uma gaivota em fogo
o estalar de folhas novas
numa árvore
sabendo a vício este cigarro
de cheira a seiva dos pinheiros
E as pedras caem
como chuva ou neve
todas as noites que noites
já são poucas
E a seiva pedra sobre o templo
e a gaivota
o vício
a folha
quebrando este silêncio
Onde as guitarras?
Os quissanges acontecem longe
Manuel Rui
In “No reino de Caliban II
- antologia panorâmica de poesia africana
de expressão portuguesa”
Ai que delícia estar mais perto do meu amigo tão querido!
Mil beijinhos com carinho pra vc!