Africana



















dizes que me querias sentir africana,
dizes e pensas que não o sou,
só porque não uso capulana,
porque não falo changana,
porque não uso missiri nem missangas,
deixa-me rir...
mas quem é que te disse?!
Só porque ando de "Levis, Gucci ou Diesel",
não o sou... será?
Será que o meu sentir passa pela indumentária?
Ou que o serei
pelo sangue que me corre nas veias,
negro, árabe, indiano,
essa mistura exótica,
que me faz filha de um continente em tantos
onde todos se misturam,
e que me trazem essa profundidade,
mais forte que a indumentária ou a fala,
e sabes porquê?
Porque visto, falo, respiro, sinto e cheiro a África,
afinal o que tu saberás? O que tu sabes?
Deixa-me rir...
deixa-me rir...



Sónia Sultuane
3 Responses
  1. Gostei muito do poema. É teu?

    Beijinhos

    Rita


  2. Paulo Says:

    Antes pelo contrário, quanto mais GUCCI mais africana! Mas em africanidade nada bate a Louis Vuitton!


  3. Olinda Says:

    Deixo aqui as minhas memórias de África:

    http://www.artmajeur.com/olindagil/