Feliz Ano Novo






Que o novo ano seja pródigo de boas novas, de saúde, de sorte... para todos!

Vade Retro, 2005…






O fim de 2004 tinha trazido o tsunami…a reeleição de Bush, não augurando, por isso, nada de bom…

2005 mostrou. isto…

200.000 mortos no sueste asiático.
Dezenas de milhares no Paquistão
Milhões a morrer de fome e de SIDA em África.
Atentados em Londres.
Cínicos actos de contrição pela Guerra do Iraque
Devastação, pobreza, desorganização e descriminação em New Orleans
Alterações climáticas de consequências devastadoras
Situações de exclusão e violência extremas no país da Liberdade. Igualdade e Fraternidade, antecedidas de incêndios em «prédios» de emigrantes que pareceram tudo menos… acidentais.
Europeus, sem abrigo, selvaticamente incinerados…
Emigrantes ilegais africanos tratados de forma ignóbil…

…e isto…

Governo ridículo ser substituído por outro autista
País calcinado…
País sem outra estatégia que não seja o combate ao défice
Justiça elevada á maior potência negativa possível
Descrença…
Autarquias governadas por… cromos, demagogos e populistas, para não usar outros adjectivos, dada a falta de julgamentos e de sentenças transitadas em julgado.
Arrastões inexistentes e participação da imprensa no embuste…
Xenofobia

…e se não bastasse…

ressurreição de sebastianismo presidencialista
que parece anteceder a ressurreição do unanimismo esclarecido
como forma de «poder ético, anti-partidário»…
vacina eanista, seráfica, militarista e vingativa onde os nostálgicos do império e dignidade perdidas se revêem…
injecção alucinogénea inoculada onde vacinas anteriores falharam.
Lusa ilusão!

…mas vimos…

dizer NÃO ao projecto de Europa ultra-liberal
Live Aid trazer uma ténue esperança a África.
O perdão da dívida aos países africanos…


Muito pouco para um ano que esteve longe de ser auspicioso e que, ao invés, arrastou-se ao longo de penosos 365 dias de muito poucas boas notícias.

Não deixa, por isso, saudades!

Que 2006 seja melhor!!
Para todos!
Julgo que não deve ser muito difícil!

Vade retro, 2005!

Viva 2006!

Tous les Visages de L'Amour








Toi, par tes mille et un attraits
Je ne sais jamais qui tu es
Tu changes si souvent de visage et d'aspect
Toi quelque soit ton âge et ton nom
Tu es un ange ou le démon
Quand pour moi tu prends tour à tour
Tous les visages de l'amour

Toi, si Dieu ne t'avait modelé
Il m'aurait fallu te créer
Pour donner à ma vie sa raison d'exister
Toi qui est ma joie et mon tourment
Tantôt femme et tantôt enfant
Tu offres à mon cœur chaque jour
Tous les visages de l'amour

Moi, je suis le feu qui grandit ou qui meure
Je suis le vent qui rugit ou qui pleure
Je suis la force ou la faiblesse
Moi, je pourrais défier le ciel et l'enfer
Je pourrais dompter la terre et la mer
Et réinventer la jeunesse

Toi, viens fais moi ce que tu veux
Un homme heureux ou malheureux
Un mot de toi je suis poussière ou je suis Dieu
Toi, sois mon espoir, sois mon destin
J'ai si peur de mes lendemains
Montre à mon âme sans secours
Tous les visages de l'amour
Toi ! tous les visages de l'amour


Charles Aznavour

Lusofonia

Foto de António Ferreira de Sousa em Caminhadas e Descoberta em STP



Extensão imensurável da Portuguesa alma
que deixou raízes em solos longínquos
usos
costumes
sangues cruzados...
e os sonhos ficaram perdidos nas pedras
a circundar o Globo das nossas Vidas.

Estranhos?!
Estranhos porquê?

Talvez o sejamos na lusa distância
dos nossos palmeirais exóticos
dos nossos panos garridos
do nosso gargalhar sensual e
provocador...

Talvez o sejamos até no linguajar materno
que no berço ouvimos
mas se hoje procuramos a essência de
um Passado comum
é porque aquele acento no coração de todos nós
é a ave migratória
dos nossos mares entrelaçados



Olinda Beja
In "Aromas de Cajamanga"

Batuque no Monapo





Pairam nuvens altaneiras
A noite desce às sanzalas
Cantando canções guerreiras
Negros acendem fogueiras
Todo o mundo veste galas.
Rompe o silêncio um tambor
Jovens de lábios pintados
Ensaiam estranhos bailados
Cantando canções de amor.
Coloridas capulanas
Um mar humano em orgia.
Sipais, mainatos, mufanas,
Marrússis e metianas
Tudo baila neste dia!
O luar enamorado
Beija as folhas do sisal
Dando ao céu estrelado
Cintilações de cristal.
De "Jagaia", de Nampaco,
Do mais longínquo sertão,
Uma imensa multidão
Veio contar ao Monapo
Histórias da tradição.
A brisa agita as palmeiras,
Invade-me a nostalgia.

Morreu a luz das fogueiras,

Rompe a manhã, já é dia!



Rui Torres de Almeida

O Mar





Olhai: o Mar tem influência singular
Sobre mim. Os animais aquáticos são tantos!
Valia a pena persegui-los no mar alto;
Valia a pena vê-los saltar através das ondas.

O Mar, esse mundo que os homens não habitam,
É imenso, tão belo e tão perfeito!
O Mar tem influência singular
Sobre mim. Eu bem queria ir ver as ondas:
Valia a pena olhá-las a correr
Loucamente; valia a pena
Ver qual delas primeiro entrava na baía.

Ah!, o Mar vasto, no entanto, aqui nos fala
Sim, fala-nos interiormente,
E nós compreendemos a sua língua:
É uma língua que se entende.

(Ah!, que impressão nos faz o Mar!)



António Baticã Ferreira

in Poesia & Ficção

Um Natal

Foto de Gavin W. Hougham



Era já noite mas eu corria
corria cegamente pela página fora.
Ou era talvez a rua. Corria
para um encontro
não sei ao certo de que
de quem.
Um nome um rosto
um corpo nu deitado no abismo.
Mas era uma estrela
que me
guiava.
Era um sismo
era um vento.
Ou talvez a palavra. Ou talvez a palavra.
E por isso eu corria
loucamente corria pela noite dentro.



Manuel Alegre

A não perder...



Leitura obrigatória.
Simples e demolidor, como só o humor consegue...
Aqui.

Feliz Natal

Portugal




Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que de tou.
Mostro aos olhos que não te disfugura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.

E eu sou a liberdade dum perfil
Desenhado no mar.
Ondulo e permaneço.
Cavo, remo, imagino,
E descubro na bruma o meu destino
Que de antemão conheço.

Teimoso aventureiro da ilusão,
Surdo às razões do tempo e da fortuna,
Achar sem nunca achar o que procuro,
Exilado
Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado.


Miguel Torga

Lenda Sioux



Conta uma lenda dos índios sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram:

- Nós amamos-nos e vamos casar. Mas amamos-nos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Há uma coisa a fazer, mas é uma tarefa muito difícil e de sacrifício. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva!

Os jovens abraçaram-se com ternura e partiram para cumprir a missão. No dia estabelecido, á frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves.
O velho tirou-as dos sacos e constatou que eram verdadeiramente formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido.

- E agora, o que faremos? Perguntaram os jovens.

- Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres.

Fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela impossibilidade do vôo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se ferirem. Então o velho disse:

- Jamais esqueçam o que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou tarde, começarão a ferir-se um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.

Liberte a pessoa que ama para ela possa voar com as próprias asas.

Essa é uma verdade no casamento e também nas relações familiares, de amizade e profissionais. Respeite o direito das pessoas de voar rumo ao sonho delas. A lição principal é saber que somente as pessoas livres serão capazes de amá-lo como você quer e merece.
Respeite também as suas vontades e voe em direcção às realizações da sua vida. Tenho certeza de que, ao ser livre, encontrará pessoas felizes que adorarão voar ao seu lado.



Shinyashiki

Yeha Noha (Desejos de Felicidade e Prosperidade)





AH-UH NAYAH OH-WA OH-WA
SHON-DAY OH-WA OH-WA
SHON-DAY CAN-NON NON NOHA (NOHA)

AH-UH NAYAH OH-WA OH-WA
SHON-DAY OH-WA OH-WA
SHON-DAY YEHA-NOHA (NOHA)

AH-UH NAYAY TOR-SHNA NENA-NAY-YAYAH
NENA-NAY-YAY YEHA-NOHA (NOHA)
AH-UH NAYAY TOR-SHNA NENA-NAY-YAYAH
YEHA-NOHA (NOHA)

NEE-YOH-WAH NEE-YOH
NEE-YOH-WAH NEE-YOH

AH-UH NAYAH OH-WA OH-WA
SHON-DAY OH-WA OH-WA
SHON-DAY CAN-NON NON NOHA (NOHA)

AH-UH NAYAH OH-WA OH-WA
SHON-DAY OH-WA OH-WA
SHON-DAY YEHA-NOHA (NOHA)

AH-UH NAYAY TOR-SHNA NENA-NAY-YAYAH
NENA-NAY-YAY YEHA-NOHA (NOHA)
AH-UH NAYAY TOR-SHNA NENA-NAY-YAYAH
YEHA-NOHA (NOHA)


Música da Nação Navajo


Colheitas





De dez em dez anos
cada círculo
completa sobre si mesmo
uma viagem
nasce-se, brota-se do chão
e dez anos depois o primeiro
forma-se espera e cai
por gravidade
ao vigésimo oitavo dia

entre dez em dez anos
prepara-se
para a semente
a terra
aos vinte surge
o arado
a chuva
o sorriso
Alguns dez anos depois
espera-se o fim
de vinte e oito
em
vinte e oito dias


Ana Paula Ribeiro Tavares
In Rito de Passagem

A Ignorância do Poeta




O poeta contempla o mar
no agoniado tédio da tarde.
Caminha ao som de seus passos
ombros recurvos mãos nos bolsos
perseguindo a sua sombra.
O cão que lhe roça a solidão
não tolhe o verso escrito da memória.
Os namorados não o fitam.
De esguelha admira a inocência
dos gestos amorosos.
À sombra de jacarandás
percorre o trajecto
sobre as folhas silenciadas.

O poeta ignora mas a direcção
leva-o ao coração dos homens.


Nelson Saute
in A Pátria Dividida

Give Peace A Chance


.. Posted by Picasa



Two, one two three four
Ev'rybody's talking about
Bagism, Shagism, Dragism, Madism, Ragism, Tagism
This-ism, that-ism, is-m, is-m, is-m.
All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance

C'mon
Ev'rybody's talking about Ministers,
Sinisters, Banisters and canisters
Bishops and Fishops and Rabbis and Pop eyes,
And bye bye, bye byes.

All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance

Let me tell you now
Ev'rybody's talking about
Revolution, evolution, masturbation,
flagellation, regulation, integrations,
meditations, United Nations,
Congratulations.

All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance

Ev'rybody's talking about
John and Yoko, Timmy Leary, Rosemary,
Tommy Smothers, Bobby Dylan, Tommy Cooper,
Derek Taylor, Norman Mailer,
Alan Ginsberg, Hare Krishna,
Hare, Hare Krishna

All we are saying is give peace a chance
All we are saying is give peace a chance


John Lennon



Menina dos Olhos Tristes




Menina dos olhos tristes
O que tanto a faz chorar?
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.

Senhora de olhos cansados,
Por que a fatiga o tear?
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.

Vamos senhor pensativo,
Olhe o cachimbo a apagar.
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.

Anda bem triste um amigo,
Uma carta o fez chorar.
- O soldadinho não volta
Do outro lado do mar.

A Lua, que é viajante,
É que nos pode informar.
- O soldadinho já volta
Do outro lado do mar.

O soldadinho já volta
Está mesmo a chegar.
Vem numa caixa de pinho.
Desta vez o soldadinho
Nunca mais se faz ao mar.


Reinaldo Ferreira


Nambuangongo Meu Amor



Nambuangongo (matas), foto de Sebastião Pires em B.Caç-3869-CCS



Em Nambuangongo tu não viste nada
não viste nada nesse dia longo longo
a cabeça cortada
e a flor bombardeada
não tu não viste nada em Nambuangongo

Falavas de Hiroxima tu que nunca viste
em cada homem um morto que não morre.
Sim nós sabemos Hiroxima é triste
mas ouve em Nambuangongo existe
em cada homem um rio que não corre.

Em Nambuangongo o tempo cabe num minuto
em Nambuangongo a gente lembra a gente esquece
em Nambuangongo olhei a morte e fiquei nu. Tu
não sabes mas eu digo-te: dói muito.
Em Nambuangongo há gente que apodrece.

Em Nambuangongo a gente pensa que não volta
cada carta é um adeus em cada carta se morre
cada carta é um silêncio e uma revolta.
Em Lisboa na mesma isto é a vida corre.
E em Nambuangongo a gente pensa que não volta.

É justo que me fales de Hiroxima.
Porém tu nada sabes deste tempo longo longo
tempo exactamente em cima
do nosso tempo. Ai tempo onde a palavra vida rima
com a palavra morte em Nambuangongo.


Manuel Alegre

L'été indien





Tu sais, je n'ai jamais été aussi heureux que ce matin-là
Nous marchions sur une plage un peu comme celle-ci
C'était l'automne, un automne où il faisait beau
Une saison qui n'existe que dans le Nord de l'Amérique
Là-bas on l'appelle l'été indien
Mais c'était tout simplement le nôtre
Avec ta robe longue tu ressemblais
A une aquarelle de Marie Laurencin
Et je me souviens, je me souviens très bien
De ce que je t'ai dit ce matin-là
Il y a un an, y a un siècle, y a une éternité

On ira où tu voudras, quand tu voudras
Et on s'aimera encore, lorsque l'amour sera mort
Toute la vie sera pareille à ce matin
Aux couleurs de l'été indien

Aujourd'hui je suis très loin de ce matin d'automne
Mais c'est comme si j'y étais. Je pense à toi.
Où es-tu? Que fais-tu? Est-ce que j'existe encore pour toi?
Je regarde cette vague qui n'atteindra jamais la dune
Tu vois, comme elle je reviens en arrière
Comme elle je me couche sur le sable
Et je me souviens, je me souviens des marées hautes
Du soleil et du bonheur qui passaient sur la mer
Il y a une éternité, un siècle, il y a un an

On ira où tu voudras, quand tu voudras
Et on s'aimera encore lorsque l'amour sera mort
Toute la vie sera pareille à ce matin
Aux couleurs de l'été indien



Letra e Música de Pierre Delanoé e Claude
Lemesle





Joe Dassin & Toto Cotugno

O Homem do Leme



Definitivamente... menos ainda com esse S maiúsculo de
Sebastião Serôdio
Salvador
Sassá Mutema
S, do cinto da Mocidade Portuguesa
S, de Sinzento mal escrito!
S, definitivamente NÃO!

Nha Testamento





Nha corpo é di tchom
Nha’alma é di Deus
Vida é di meu
Coraçon é pa bô

Passado m'ka eskcel
Presente m'ta vivel
Futuro m'ka conchel
Pensamento é só bô

Traz d’horizonte foi sonho sonhado
Margura d’vida po’m pé na tchom
Mi nha bússula ta encravado
Mi nha sina nascê ma mim

Sima tcheia na ribeira
M'ka ta kei na mesma asnera
M'krê sabura d’um cantadera
Num serenata sem janela

Sem tristeza na nha bera
Num grande noite di lua cheia
M'ta tchá mundo k’sê cansera
Bô ta do’m bô ragoce kê pa nha stera

Na dispidida m'ka crê margura
Nem sodade dum vida sonhado
M'crê ligria dum vida vivido
Embalado n’ondas di destino


Ildo Lobo








Calling All Angels

Nu de Dos II, de Alain Dumas



Calling all angels
I need you near to the ground
I miss you dearly
Can you hear me on your cloud?

All of my life
I've been waiting for someone to love
All of my life
I've been waiting for something to love

Calling all angels
I need you near to the ground
I have been kneeling
And praying to hear a sound

All of my life
I've been waiting for someone to love
All of my life
I've been waiting for something to love

All of my life
I've been waiting for someone to love
All of my life
I've been waiting for something to love

Day by day
Through the years
Make my way

Day by day
Through the years
Day by day
Through the years

Day by day
Through the years
Day by day
Make my way

Day by day
Through the years
Day by day
Day by day


Lenny Kravitz