Luanda
quinta-feira, julho 14, 2005
Pôr do Sol no Afrodiziakus, Luanda, 1996
Aqui reside tudo
E todos
Germinam as raízes todas
Aqui está cada um dos braços e dos rostos
Dum só corpo que anda sobre o vento
Navega os céus e toda a geografia
Desde a minha aldeia e do meu povo
Desce o campo refugia-se na cidade
Das ruínas às pontes de margens ansiosas
Tarda o abraço
Demora o dia das horas sucessivas
Sem paragem
No tempo de memórias tristes
Aqui estamos e estaremos
Porque somos
Mais do que pó e húmus
Unida essência dum jardim de vida
Morremos várias vezes no percurso
Mas seremos sempre
Capazes de chegar
à vida
Porque somos todos, somos um
Em cada um
Dos pontos cardeais
Deste país.
Fernando Costa Andrade