Questões...
segunda-feira, fevereiro 15, 2010
É próprio de um estado de direito que sejam o sistema judicial e a imprensa a utilizar actos criminosos??
A minha perplexidade, o meu espanto...
Terei sido dos poucos que que não comprou o pasquim.
Até consigo perceber que alguns escribas façam fretes (vimo-lo nas escutas de Pinto da Costa - outro crime!).
Até consigo perceber que os patrões dos media façam coro, exerçam pressão com todo o seu poder económico, político e mediático sobre a sociedade em geral...
Até consigo perceber que a maior parte dos jornalistas tenham uma vida para viver, uma família para governar e filhos para educar...
Mas não consigo perceber onde é que raio andam as virgem impolutas, os grandes senadores dos media, os tais que serão capazes de sacrificar a vida pela verdade, pela notícia, pela liberdade de imprensa...
Por onde andam??
Conseguirão meter as mãos entre as pernas, encontrar algo e erguer a voz??
Ou serão como os machões que em casa, perante a indignação das esposas apenas sabem dizer - Sim, querida!!
Parece ser este último, o caso...
Ninguém está acima da lei, nem o primeiro-ministro, nem o presidente da república.
Ninguém.
Mas ninguém pode, de forma incólume e impune, tratar a democracia e o estado de direito desta forma.
Não é espantoso que um sindicato - Sindicato dos Magistrados do Ministério Público - tão representativo na nossa democracia (excepto talvez para Cavaco Silva) como a Associação dos Adeptos de Futebol peça a demissão de toda a gente...
Espantoso é que deveriam começar por exigir a si próprios e a todos os que diz representar o fim do regabofe.
Espantoso que todos se calem...
Espantoso que as únicas palavras de Cavaco Silva tenham sido de "defesa da liberdade de imprensa"... como se tudo o que se vê e ouve seja questão de somenos importância, como se o liberalismo fosse capaz, por si próprio, de auto-regular a questão.
Cavaco fez, aqui e noutros passos da sua actuação, tendo jurado defender a constituição e todo o edifício que esta sustenta, o papel de Pilatos.
Cínicamente lavou as mãos como se o assunto o transcendesse, como se não lhe dissesse respeito ou não se passasse no país de que é presidente da república.
A propósito da liberdade de imprensa, da posse dos meios de comunicação, da sua utilização para os fins mais inacreditáveis e inconfessáveis, faz-me ferver o sangue nas veias e gritar:
"- Mas esta merda já chegou á Venezuela, é??"
Espero ansiosamente a ressurreição, dos estúdios de Belém, de algum "reality-show" ao estilo das "Conversas em Família".
Eu também não o comprei!
Aliás nunca o comprei...