Se me quiseres conhecer
terça-feira, fevereiro 07, 2006
Se me quiseres conhecer,
Estuda com olhos de bem ver
Esse pedaço de pau preto
Que um desconhecido irmão maconde
De mãos inspiradas
Talhou e trabalhou em terras distantes lá do norte.
Ah! Essa sou eu:
órbitas vazias no desespero de possuir a vida
boca rasgada em ferida de angustia,
mãos enorme, espalmadas,
erguendo-se em jeito de quem implora e ameaça,
corpo tatuado feridas visíveis e invisíveis
pelos duros chicotes da escravatura...
torturada e magnífica
altiva e mística,
africa da cabeça aos pés,
– Ah, essa sou eu!
Se quiseres compreender-me
Vem debruçar-te sobre a minha alma de africa,
Nos gemidos dos negros no cais
Nos batuques frenéticos do muchopes
Na rebeldia dos machanganas
Na estranha melodia se evolando
Duma canção nativa noite dentro
E nada mais me perguntes,
Se é que me queres conhecer...
Que não sou mais que um búzio de carne
Onde a revolta de africa congelou
Seu grito inchado de esperança.
Noémia de Sousa
In notícias, 07.03.1958, página “Moçambique 58”
Querido amigo,
Agora que me sinto um pouco melhor da gripe que nao me querida deixar há mais de duas semanas, vim para pôr a leitura em dia e para dizer-te que deixei para ti um desafio lá no meu blog... espero que possas atendè-lo, pois é uma forma de conhecer um pouco mais sobre os amigos também... :o)
Muitos beijos, flores e muitos sorrisos para ti, desde este mundo de cá!!!