A mulher é a pátria do homem





























Tomei dessa mulher os braços,
a medida das pernas, o
pensamento;

um rosto africano
um busto de rapariga
corpo de líricas
coisa alguma entre
as mãos

ela é húmida e gratuita
faz-me encher o sermão

habita entre as minhas palavras
como a memória que anoitece

e, dos meninos que lhe nascem na língua
das grandes colheitas na nudez espiritual
marca-me a idade do sonho: cresço

e me abismo da história.

sonho a íris a estrela nas suas órbitas
e vivo desse sonho que habita a profundidade

como d’águas que se debruçam
na profundidade
dessa incriação masculina

onde rescrevi os pés.




João Tala
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2 Responses
  1. Unknown Says:

    Querido amigo!
    Estou a passar para deixar-te um beijo amigo de bom fim de semana...
    A ausencia? Deveu-se a mais uma de minhas mil mudanças (risos), mas cá estou de volta...
    Beijos!


  2. simão Says:

    A primeira estrofe é uma declaração de posse porquê?