Sonho
















Foto de Nuno Mendes em Caminhadas e descoberta em STP





Pudesse eu um dia voltar à minha terra
ver os coqueiros e os cafezais em flor
ver as sanzalas transformadas em casas dignas
de homens que trabalham noite e dia


pudesse eu tornar a ver-te mãe
e abraçar-te e beijar-te até não mais
e ver finalmente os meus irmãos de cor
respeitados como eu sempre sonhei


pudesse eu ver as palmeiras da avenida
gingando ao vento e ao grande calor
e pisar essa terra agora nossa


pudesse eu daqui dizer-vos tudo
que sinto e que quero transmitir
pois mesmo longe estarei sempre ao vosso lado




Olinda Beja
in "Bô Tendê?"
2 Responses
  1. je Says:

    Eu estou sem palavras para descrever o que senti ao ler o poema? Não possso fazer comentários acadêmicos mas a minha ignorância não tirou a minha sensibilidade..
    Quem é você? Onde está?
    Eu sempre tive saudade de uma Àfrica que não conheci, de um povo com o qual me identifico. Embora ninguem nunca tenha falado que meu avÔ fosse negro, mas trazemos nos traços a nossa herança, não na cor e cabelos. mas, me sinto mais negra do que qualquer outra coisa nesse mundo. Lembro que meu avÔ era alto, era a mistura perfeita de índio com negro. Ele tinha um jeito carinhoso e tinhamos que chamar vovó de dodoca, mãe de mamãe, tia de tilinha...
    Ele era forte trabalhador.
    Eu gostaria de saber mais sobre a àfrica, entender essa minha identificação com os negros.
    Abraços!


  2. TAMBÉM GOSTARIA DE UM DIA VOLTAR À MINHA MÃE-ÁFRICA E ABRAÇAR COM TODA FORÇA DO MEU SER, O MEU TORRÃO NATAL, REVIVER AQUELE INESQUECÍVEL TEMPO QUE O TEMPO NÃO APAGOU.
    PARABÉNS QUERIDA OLINDA!
    CONCEIÇÃO BEIRÃO CARVALHO