África

Mulata Azul, Di Cavalcanti


É neste silêncio neste assalto do vento a
navegar a floresta neste sol neste amor
neste vegetal cobrir-me de verde e ser
catana cerce a executar o ânimo
afagar as mulheres no regresso da lavra
fazer das mãos a festa sonora do sexo
na cultivação do milho

É neste grito rente ao corpo frágil das
folhas que mais em ti me venço e
moro nas grandes batalhas da vida
no extenso vale das nossas angústias
no duelo cíclico das nossas intenções

David Mestre