O Candongueiro
sexta-feira, maio 23, 2008
Foto de Phwo, em ás vezes (des)organizo-me em palavras...
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx (Para Glória,
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxUma desconhecida
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxQue viajou comigo
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxEm um dia qualquer)
Paragem do candongueiro:
Sol escaldante
A fustigar gente
Gente aborrecida
De pé, cansada de esperar
Gente entristecida
Com raiva no olhar!
Ao entrar no candongueiro:
Correrias
Gente aos empurrões
Gente aos safanões
Mãos leves puxam carteiras
Mãos malandras nas mbundas das senhoras
É assim todos os dias
Dentro do candongueiro...
Gritarias
Barulheiras
Gente aos desentendimentos
E a protestar
Gente com vincos nos rostos
E com raiva no falar!
Barulho
Carro velho
Sujo e desconfortante,
Musica alta e ruidosa a incomodar
E a perturbar gente
Gente com raiva no escutar!
Carro abarrotado
De gente
Gente descontente
A reclamar
E mais gente a entrar
Carro de gente empanturrado
Gente apertada
A suar
Gente mal cheirosa encostada
A transpirar
Gente misturada com mercadorias
É assim todos os dias
... E durante a viagem:
Só eu, no meu canto
Não protesto
E até gosto
Do desconforto da viagem,
Um encanto
Viajar ao teu lado jovem
(Glória, sussurraste no meu ouvido
Em cima do muito ruído)
Só eu, aprecio as curvas apertadas
Que o motorista faz
Pois muito me apraz
Sentir tuas pernas encostadas
Às minhas
Olhando de soslaio tuas maminhas
Só eu sinto teu calor
Tua respiração ofegante
E teu agradável odor
Só eu viajo contente
Meu corpo colado ao teu
Teu olhar cravado no meu!
Que a viagem dure eternamente
E que entre mais gente!
Décio Bettencourt Mateus