Não Traio


















(boca cerrada de raiva)

Não traio.
Porque insistes?
Não traio.

Desde criança que meu Pai me ensinou
não haver tempestade
na terra ou nos céus
que não traga
a praga
de um falso herói
salvador da Cidade.
Ou a esperança de um semideus
com um raio
na Mão
que tudo destrói
para pintar depois o sol e o Chão
de outra realidade.
Mas nunca encontrarás traidores
entre os que sempre como eu sonhamos combustões
de novas flores
com pétalas de asas de liberdade
que só nascem e crescem regadas pelos gritos e lágrimas
das multidões.

Povo, continua! Não pares a tua tempestade.


José Gomes Ferreira
2 Responses
  1. Cacusso,
    Você é bem Socrático... Eu também sou.
    Achei seu blog de tamanha qualidade.
    COmpetente.
    Abraço,
    Kafé do Brasil.
    Se quiser trocar links me diga.


  2. Fiquei tão emocionado com esse poema marcando o final da Revolução dos cravos, que vou postá-lo em homenagem à vocês, irmãos dálem mar no meu blog com os devidos créditos.
    abraço.
    Kafé.