Metamorfose
quinta-feira, setembro 30, 2004
Giorno di Vento, de Walter Grassi
Súbito pássaro
dentro dos muros
caido,
pálido barco
na onda serena
chegado.
Noite sem braços!
Cálido sangue
corrido.
E imensamente
o navegante
mudado.
Seus olhos densos
apenas sabem
ter sido.
Seu labio leva
um outro nome
mandado.
súbito pássaro
por altas nuvens
bebido.
Pálido barco
nas flores quietas
quebrado.
Nunca, jamais
e para sempre
perdido
o eco do corpo
no próprio vento
pregado.
Cecília Meireles